Gente, se eu estivesse lá na Bienal durante este desfile eu me estatelaria chorando de tão lindo que foi. É tão doce que eu suspeito sobre o tema. Não deveria ser giz. Ronaldo Fraga traz a doçura em pedaços para dentro da passarela e, mais uma vez, ressalta o caráter performático dos seus
Com detalhes cor-de-rosa, meio algodão doce, as roupas são super apertáveis e fofas, os cortes enviesados e os colares dão o destaque charmoso para a roupa super confortável.
O autor da história contada por Ronaldo é o mineiro Álvaro Apocalypse (1937-2003), fundador do teatro de bonecos Giramundo. Os bonecos - lindos, mágicos, fabulosos - são um empréstimo do espetáculo De Giz, de 1988 e representam espelhos do homem comum, “pendurados com o velho vestido esquecido no cabide”, descreveu o estilista.
Apocalypse propunha que tudo era giz: o início, o fim e o meio - parafraseando outro gênio. Dessa forma o novo e o velho são representados pelo inicio e o fim de um traço de giz.
No seu blog o estilista lembrou que a alma do espetáculo se resume em abandono, desamparo, sensação de casa vazia com móveis cobertos de lençóis brancos. “Ratos roem a carne de espuma, a pele de pano, os ossos de madeira. Só não alcançam a alma irônica desses bonecos de giz”.
As roupas são blusões (ões, mesmo), vestidões de lã até a canela com pernas coloridas e quentinhas. Macacões tanto femininos quanto masculinos. As peças para eles se inspiram no fraque.
O que também fica claro é que, como o próprio estilista ressaltou, as roupas são desenhadas em volumes sombreados na tentativa de transportar do quadro negro para a vida real, personagens de giz. Preto, branco e cinza colorem sedas, linho, lãs e bases de algodão. Cordas e tecidos manipulam conceitos de feio e bonito, eterno e efêmero, improvável e irônico.
Um comentário:
O look da terceira velhinha é muito Gabi. Meldels!!!!!!!!!!
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